quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Nunca te ouvi cantar...


Pintura de Domingos Oliveira

"Nunca te ouvi cantar.
Disseste-me que cantavas tão bem quando ias para o campo com o gado.
Quando, nas manhãs de inverno, partias o gelo que cobria o tanque 
onde lavavas a roupa dos patrões,
tu cantavas.

Quando punhas ao domingo a tua saia preta
e o avental branco pintado de alegrias e rosas,
tu cantavas.
Só eu nunca te ouvi cantar.
Quem te roubou a alegria de viver?
Ou será, que a guardaste na talha dos sonhos e nunca mais te lembraste?

Só eu nunca te ouvi cantar.
Canta para mim.
Nem que seja a última vez, canta para mim.
Porque eu nunca te ouvi cantar."

in "Infância de Pedras" de Domingos Oliveira / Poesias



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Maria João Castanho



Maria João Castanho nasceu a 10 de Julho de 1967.
Frequentou o curso de Belas Artes e formou-se em Vitral e Cerâmica Profissional.
Actualmente vive no concelho de Sintra e trabalha por conta própria, tendo criado seu próprio Atelier de Artes.

Fonte: www.ateliermariacastanho.blogspot.com



Óscar Alves


Nasceu no Porto.
Estudou desenho, pintura e escultura com Maria Luísa Carneiro e Oldemiro Carneiro ao mesmo tempo que ingressava na Escola Superior de belas artes. É colaborador assíduo de uma das mais importantes revistas intelectuais da época, "Bandarra" dirigida por António Navarro.
Com uma certa paixão pelo teatro, integra o elenco do Teatro Experimental do Porto dirigido pelo poeta e pintor surrealista António Pedro.
Recém chegado de Paris, o pintor Eduardo Luís será o seu futuro grande amigo e marcará para sempre uma grande influência na sua obra.
Depois do Porto, e em busca de novas experiências, Óscar Alves parte para Lisboa. Quase de imediato expõe na Sociedade Nacional de Belas Artes, sob o aplauso de Almada e Jorge Barradas e o total aplauso da crítica. Uma fase da sua obra em que ainda se mistura a escultura, a cerâmica e a pintura.
Mas ainda com a sua paixão pelo teatro e sem nunca abandonar as artes plásticas, Óscar Alves integra o elenco do teatro Monumental, representando ao lado de Laura Alves e Paulo Renato " O Amansar da Fera" de Shakespeare. A seguir, e com um elenco de primeira escolha, é o "Hémon" de "Antígona" de Anouhil e começa a sua carreira na televisão sendo principal intérprete de, entre muitas outras obras, "Dois Cavaleiros de Verona" de Shakespeare, "A Sapateira Prodigiosa" e "Falar Verdade a Mentir" de Garrett.
Com a poetisa Natália Correia, realiza na Sociedade Nacional de Belas Artes um polémico espectáculo de poesia surrealista.
As suas obras vão sendo exibidas em exposições individuais e colectivas. Para a RTP escreve o bailado "O Prisioneiro" dançado por Vera Varela Cid e Michel Lazrah. Em 1980 decide abandonar o mundo do espectáculo num recital de poesia na Casa da Comédia.
Faz ainda uma experiência no mundo do cinema dirigindo filmes underground na época em que Andy Warhol realiza a sua famosa trilogia  "A Carne". Uma curta experiência porque o artista decide radicar-se em Madrid onde, durante dois anos, realiza exposições de escultura apresentando pela primeira vez uma nova técnica e novos materiais.
Em 1985 regressa a Lisboa a convite da RTP para dirigir, durante um ano, um programa sobre Artes Plásticas e, no ano a seguir, outro programa sobre o mundo do espectáculo. Volta a Madrid para com a TV espanhola filmar a última grande retrospectiva sobre a obra de Salvador Dalí, no Museo de arte Contemporânea de Madrid. regressa a lisboa para criar para o Teatro Maria Matos, o cenário da obra de Férmin Cabral "Vade retro" e dedica-se à feitura de jóias, cartazes, objectos, um sem fim de criações em todos os campos.
Passa a viver definitivamente em Lisboa e surge o convite de artista privativo da Galeria Morada. Isto permite-lhe voos muito largos.
Em 1990 um quadro seu "Duas Luas" é vendido na Christie's de Londres e em 1993 regressa a Madrid para expor na galeria La Kabala. No mesmo ano realiza na capital espanhola cinco exposições que integram algumas colectivas e a remontagem do famoso "Cadáver Esquisito" ao lado de doze dos mais importantes pintores espanhóis.
No princípio de 1993 a galeria Ponce de Madrid encomenda-lhe uma peça de escultura. Em 1994 o convite repete-se para uma nova escultura a ser apresentada na Estampa Madrid 94 e em finais desse mesmo ano apresenta-se como pintor na mesma galeria.
Em Setembro de 1995 a Christie's de Nova Iorque leiloou um quadro seu intitulado "Ite Missa est".
Torna-se um artista com um percurso expositivo notável, expondo nos mais conceituados locais e espaços ligados à pintura e à arte na Península Ibérica.

Fonte: www.oscaralves.com

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Isabel de Portugal


Pintura de Óscar Alves

120x80
Acrílico s/ tela
2005
Segundo o Retrato de Joos Von Cleve

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Tom Jobim e Vinicius de Moraes - Garota de Ipanema


Dois grandes mestres da música brasileira!

Lisboa menina e moça - Carlos do Carmo


Carlos Lobato


Carlos Lobato, nascido em 1962 em Lisboa, teve o privilégio de fazer parte da geração jovem, de transição do antigo regime para a nova democracia, em Abril de 1974.
Tempos conturbados de escola, onde o caos imperou durante alguns anos de liceu, mas com a sorte da entrada de "cultura que se fazia lá fora" e o desenvolvimento nacional das artes da escrita, música, teatro, pintura, que aos poucos foram conquistando o espaço cultural nacional.
Usufruiu do negócio de livreiro do pai na altura, onde o gosto pela leitura e escrita se enraizou pelo fácil acesso a obras literárias.
A escrita sempre fez parte da sua vida, não se tendo nunca preocupado em guardar o que escrevia, até muito recentemente.
Habita actualmente e desde há vários anos em Londres, Reino Unido.
"Palavras Soltas" é a sua primeira obra publicada, a primeira de muitas que ainda virão...
Ficaremos à espera de novidades!

Fonte: "Palavras Soltas" de Carlos Lobato

O Mar que Amo


O mar tenta-me...
Tentam-me os sons.
Os murmúrios das ondas
O amolecer da areia.
As pegadas que deixo
pensativo no caminho
que as ondas apagam.
O cheiro inspira-me
no respirar da maresia.
A calma que me enche,
nem eu sei explicar.
Calças arregaçadas,
passadas molhadas,
arrepios de frio,
que me rejuvenescem,
que acordam o meu pensar.
Se um dia que chore,
as lágrimas que deixe,
salinas ou doces,
se alguém as provar...
que as amem em mim,
tal como amo o mar.

in "Palavras Soltas" de Carlos Lobato



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Domingos Oliveira


Nascido em Atei, no Concelho de Mondim de Basto, Domingos Oliveira nunca deixou de sentir o agreste do clima e a infância vivida entre as altas e duras fragas.
Em 1968, depois de cumprir o serviço militar em Luanda, numa África onde a guerra era a visão diária e as balas a vizinhança permanente, o futuro escultor chega a Lisboa para lutar pela sua sobrevivência e pelo sonho de então: cantar o fado de Coimbra.
Anos e anos a trabalhar numa grande empresa nacional, rescinde o contrato, quebrando com o trabalho burocrático de secretaria, já que em 1979 se integra no "atelier" de um artista plástico.
Com ajuda deste começa a esboçar os primeiros movimentos no barro.
Mãos sujas de uma terra maleável, de uma pasta doce e benévola.
De uma matéria que se deixa conduzir...
Fica fascinado. É um aluno atento e humilde, mesmo quando o professor grita e desespera. Um aluno que sabe que vai vencer.
Em 1980 organiza a sua primeira exposição na cidade de Santarém. 
Já não pode parar. O triunfo tem o doce sabor do mel.
Curiosamente, anos depois, ao olharmos essas peças sentimos como elas eram primitivas. Mas foram um ponto de partida. Um estudo de formas e materiais.
As fundições em Portugal nunca corresponderam ao seu critério de rigor e só em Madrid consegue juntar fundição. acabamento e patine no grau de perfeição desejado.
A seguir o voo intensifica-se. Duas ou mais exposições anuais, encomendas privadas e oficiais, o aplauso da crítica e do público.
Não esquece o sonho do fado de Coimbra. Já se estreou ao lado da guitarra e da viola.
Domingos Oliveira: dois artistas no mesmo homem!

Fonte: "Infância de Pedras" Poesias de Domingos Oliveira

O Rei Desejado


Pintura de Óscar Alves

Acrílico s/ tela
100 x 81
2009


Adeus Marcos Paulo


Com uma carreira de mais de quatro décadas, Marcos Paulo destacou-se primeiro como galã de novelas.
Nos finais dos anos 70, ele dedicou-se também à direcção onde assinou trabalhos de grande sucesso como "Roque Santeiro" e "Dancin' Days".
Estreou-se recentemente como cineasta no filme "Assalto ao Banco Central".
Em Maio de 2011, foi-lhe diagnosticado cancro no esófago, o qual foi retirado o tumor em Agosto do mesmo ano.
Morreu no passado domingo 11 de Novembro com uma embolia pulmonar, ele estava na sua casa no Rio de Janeiro e tinha 61 anos de idade.
Uma morte precoce e uma grande perda para o mundo artístico brasileiro!
R.I.P.

"Um sonho pra dois"


Os dois personagens não se conhecem e acordam juntos numa cama de hotel... 
Uma fantástica comédia com a actriz brasileira Fernanda Souza e o nosso Ricardo Pereira, no Teatro Villaret entre 8 de Novembro e 22 de Dezembro.
De quinta a sábado às 21h30
Domingos às 17h.
Não perca!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Pote da Liberdade


Pintura de Domingos Oliveira

"Na lareira, dois potes ferviam em lume brando.
Um deles cozia as angústias e a raiva de nada ter.
O outro, o silêncio e o amor.
Faltava um - o pote da LIBERDADE!"

in "Infância de Pedras" de Domingos Oliveira / Poesias

Eu e Tu



Pintura de Domingos Oliveira

Acrilico